Nota Oficial - Antirracismo
Panorama
“60% dos jovens de periferia sem antecedentes
criminais já sofreram violência policial. A cada quatro pessoas mortas pela
polícia, três são negras. Nas universidades brasileiras apenas 2% dos alunos
são negros. A cada quatro horas um jovem negro morre violentamente em São
Paulo”. Mais de vinte anos depois do lançamento do álbum “Sobrevivendo no
inferno” do grupo de rap Racionais Mc’s, dados demonstram que o racismo e a
violência continuam afetando a vida dos jovens e adultos negros.
Comparando com os anos 90 é possível perceber uma
estagnação nos números. Antes, a cada quatro pessoas mortas, três eram negras.
Hoje a cada 100 mortes, 71 são de negros, já entre os jovens a taxa de
homicídio chega 98,5 por 100 mil habitantes enquanto jovens brancos a taxa é de
34 por 100 mil habitantes – segundo dados do IBGE.
Além disso, ao se discutir o racismo institucional
na comunidade policial, verificou-se que 65,05% dos profissionais percebem que
os pretos são priorizados nas abordagens policiais.
Mesmo sendo constantemente ameaçado, o maior
progresso foi nas universidades, onde houve um aumento de cerca de 225% no
número de vagas ocupadas por estudantes pretos, isso se deve ao sistema de
cotas e a programas de permanência implementados pelo governo, mas que não
solucionam o racismo dentro das salas de aula.
Nos Estados Unidos, George Floyd, um ex-segurança
negro de 46 anos, morreu depois de passar 9 minutos sendo sufocado por um
policial branco em Minneapolis, EUA, no dia 25 de maio.
O vídeo da abordagem mostra Floyd sendo imobilizado
por um policial branco com os joelhos em seu pescoço, dizendo mais de uma vez
que não consegue respirar, no final, já não se mexe mais.
O policial foi detido 4 dias depois, e vai
responder por homicídio culposo - quando não há intenção de matar.
Desde a divulgação do vídeo, no dia 26, protestos
contra a violência policial, utilizando como grito as últimas palavras de
Floyd, se espalharam por diversas cidades dos Estados Unidos e do mundo.
Iniciadas na cidade de Minneapolis, as manifestações
se espalharam por pelo menos 140 cidades americanas e 21 estados já pediram
apoio da Guarda Nacional.
Em Nova York, foi instituído toque de recolher. E
em Washington, capital americana, forças de segurança entraram em confronto com
manifestantes em frente à Casa Branca.
Posicionamento
contra o racismo
Nesse contexto, a IFMSA Brazil - Federação
Internacional das Associações de Estudantes de Medicina do Brasil - FUNORTE,
UFJF-GV, UFRJ, UFU, UNIFAN, UNIMONTES repudia qualquer ato de violência e
discriminação contra a população negra. Somos estudantes de Medicina e
entendemos que estamos em um contexto privilegiado, e devemos usar da nossa voz
e levantarmos debates não somente nas mídias sociais, mas também levar a luta
antirracista para as instituições e sistema que estamos inseridos.
Reconhecemos a necessidade e importância dos programas
de equiparação de oportunidades.
Temos o compromisso no combate às desigualdades não
somente em nossas atividades internas, mas diante da sociedade, com a
finalidade de alcançarmos a equidade.
Rejeitamos e condenamos o genocídio da população
negra no Brasil e no mundo.
Encaminhamento
sobre como ajudar na luta contra o racismo
O uso das hashtags #blacklivesmatter e
#vidasnegrasimportam são extremamente relevantes para dar visibilidade ao
movimento antirracista, contudo é imprescindível que a luta não esteja restrita
às redes sociais e que tenha uma presença contínua em ações diárias.
Nesse sentido, a luta contra o racismo pode ocorrer
das seguintes formas: utilizar o privilégio branco para confrontar injustiças
raciais presentes em expressões racistas do cotidiano e em piadas que são
manifestações do racismo recreativo, questionar sua realidade social utilizando
o ‘’teste do pescoço’’ para notar quantas pessoas negras estão presentes no seu
dia a dia convivendo com você e conversar com pessoas do seu ciclo social sobre
o assunto para compartilhar seus conhecimentos.
Além disso, é fundamental ter acesso às informações sobre o racismo e suas diversas manifestações nas vivências de pessoas pretas, por isso ver filmes e séries, ler livros e escutar podcasts feitos por pessoas racializadas é importante. Recomenda-se a série ‘Olhos que condenam’ e o filme ‘O ódio que você semeia’ que são produções que abordam a violência policial.
IFMSA Brazil - Federação Internacional das Associações de Estudantes de Medicina do Brasil - FUNORTE, UFJF-GV, UFRJ, UFU, UNIFAN, UNIMONTES
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